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Compreender os textos Bíblicos não é tarefa fácil, e se torna praticamente impossível se não levarmos em conta os aspectos histórico-culturais e os costumes da época em que cada leitura se passa. Há muitas mensagens escritas que se apóiam nestes aspectos, além de leis específicas, metáforas temporais, problemas de tradução e até mesmo estilos usados pelos autores de cada livro, e quais elementos (ou mesmo objetivos) queriam enfatizar em seus textos.

CONDIÇÕES HISTÓRICO-CULTURAIS E COSTUMES DA ÉPOCA DAS PASSAGENS BÍBLICAS

LEITURAS DA SEMANA

"PRÓXIMA REUNIÃO: 2 de Maio de 2024"

Antes de cada reunião semanal, colocaremos nesta página informações úteis, sobre cada leitura, para nos ajudar nesta "viagem no tempo" e, assim, com o auxílio do Espírito Santo de Deus, entendermos as mensagens com este pano de fundo histórico e, finalmente, podermos transportá-las aos nossos dias e às nossas circunstâncias de hoje.

1ª Leitura:  Livro do Ato dos Apóstolos
(At 4: 8-12)

2ª Leitura: Primeira Carta de São João (1 Jo 4: 7-10)

Evangelho: segundo João (Jo 15: 9-17)

Ref. Domingo 05/Maio/2024 - 6° Domingo de Páscoa - Ano B

O texto que a liturgia deste sexto domingo da Páscoa nos propõe como primeira leitura integra uma seção do livro dos Atos dos Apóstolos cujo protagonista é o apóstolo Pedro. Essa seção se refere à atividade missionária de Pedro no litoral da costa palestina, entre Jope e Cesaréia Marítima, onde Pedro, assumindo o papel de pregador itinerante, vai visitando diversas comunidades cristãs.

Como vimos nos domingos anteriores, a Primeira Carta de João é uma instrução escrita destinada a algumas Igrejas da Ásia Menor nascidas em contexto joânico (quer dizer, ligadas à figura do apóstolo João, que passou os últimos anos da sua vida em Éfeso, cidade situada na costa da Jônia, junto da moderna Selçuk, na atual Turquia). Combate as doutrinas heréticas de seitas pré-gnósticas que, pelo final do séc. I, lançavam a confusão nas comunidades cristãs; e define os princípios fundamentais da vida cristã autêntica.

Neste contexto de confronto com as heresias pré-gnósticas, uma das questões mais controversas (e à qual o autor da Primeira Carta de João dá uma importância fundamental) era a questão do amor ao próximo. Os hereges pré-gnósticos afirmavam que o essencial da fé residia na vida de comunhão com Deus e negligenciavam as realidades do mundo. Achavam que se podia descobrir “a luz” e estar próximo de Deus, mesmo odiando o próximo. Ora, de acordo com o autor da Primeira Carta de João, o amor ao próximo é uma exigência central da experiência cristã. A essência de Deus é amor; e ninguém pode dizer que está em comunhão com Ele se não se deixou contagiar e embeber pelo amor.

O texto que nos é proposto pertence à terceira parte da carta. Aí, o autor estabelece como critério da vida cristã autêntica a relação entre o amor a Deus e o amor aos irmãos. É nessa dupla dimensão que os cristãos devem encontrar a sua identidade.

O Evangelho do sexto domingo da Páscoa nos situa, outra vez, em Jerusalém, numa noite de quinta-feira do mês de Nisan do ano trinta, um dia antes da celebração da Páscoa judaica. Jesus está à mesa com os seus discípulos, numa inolvidável ceia de despedida. É o mesmo cenário do Evangelho que escutamos no passado domingo.

Sobre Jesus e o seu grupo de discípulos paira a sombra da cruz. Nessa noite, após a ceia, Jesus atravessará o Vale do Cedron, a oriente da cidade, e dirigir-se-á ao Getsemani (“lagar de azeite”), um jardim situado no sopé do Monte das Oliveiras, onde estará alguns momentos em oração. Aí será preso pelos soldados do Templo. Durante essa noite comparecerá diante do Sinédrio, será julgado e condenado à morte. Na manhã do dia seguinte, depois de a sentença ser confirmada pelo governador romano, será crucificado.

Enquanto convive, à mesa, com os discípulos, Jesus está perfeitamente consciente do que o espera nas próximas horas. Não está preocupado com o que lhe vai acontecer: quando aceitou o projeto do Pai e começou a anunciar o Reino, Ele sabia os riscos que iria correr; mas se preocupa com aqueles discípulos que estão com Ele à mesa nessa noite de quinta-feira… Que será deles quando o seu Mestre lhes for tirado? Poderão, sem Jesus a lhes mostrar o caminho a cada passo, levar para a frente o projeto do Reino? Saberão discernir, no meio das crises e tempestades que terão de enfrentar, o que é importante e o que é secundário? Conseguirão manter-se em relação com Jesus?

Depois da ceia, Jesus fala longamente com os discípulos e lhes deixa as suas últimas indicações. Relembra-lhes o essencial da mensagem que procurou lhes transmitir enquanto percorria com eles os caminhos da Galiléia e da Judéia; os anima com a promessa do Espírito; lhes diz como é que poderão, pelo tempo afora, manter a ligação a Ele e continuar a receber d’Ele Vida. Tudo o que foi dito nessa noite, à volta da mesa, soa como um “testamento final”. Os discípulos nunca mais esquecerão aquilo que Jesus disse nessa ceia de despedida.

O episódio que nos é proposto nos situa em Cesaréia Marítima, uma cidade construída por Herodes, o Grande, no séc. I a. C., num lugar antigamente designado por “Torre de Estraton”. Cesaréia era a sede do poder romano na Palestina, pois era aí que residiam os procuradores romanos da Judéia. No centro da cena está um centurião romano, chamado Cornélio, que era “piedoso e temente a Deus”. Pedro estava em Jope (atual Jafa), um pouco mais ao sul, hospedado em casa de Simão, o curtidor; mas, convidado por Cornélio, vai até Cesaréia, dirige-se à casa do centurião romano e, encontrando-o reunido com diversos familiares e amigos, anuncia-lhes Jesus.

A atitude de Pedro deve ter gerado alguma polêmica nas comunidades cristãs primitivas, particularmente na comunidade cristã de Jerusalém. Para os primeiros cristãos, oriundos do mundo judaico, não era claro que os pagãos pudessem entrar na comunidade cristã. O pagão era considerado um ser impuro, em casa de quem o bom judeu estava proibido de entrar, a fim de não se contaminar. Desejaria Deus que a salvação fosse também anunciada aos pagãos?