Não foi Paulo que evangelizou a cidade de Colossos, situada na Ásia Menor, ao sul da antiga Frígia, no vale do rio Lico. De acordo com os dados que constam da Carta aos Colossenses, foi Epafras, discípulo de Paulo, quem anunciou o Evangelho de Jesus na cidade. Do esforço missionário de Epafras nasceu uma comunidade viva e empenhada, constituída maioritariamente por cristãos vindos do paganismo, embora também contasse com alguns cristãos de origem judaica.
Na altura em que escreve a Carta aos Colossenses, Paulo está na prisão. Recebendo a visita de Epafras, Paulo soube que tinham chegado a Colossos pregadores cristãos que ensinavam doutrinas erróneas. Esses pregadores, de tendência judaizante mas influenciados por ideias gnósticas, procuravam convencer os colossenses a acolher um conjunto de práticas, tradições e doutrinas que os levariam a uma maior perfeição, a um grau superior da experiência cristã. Exigiam a circuncisão, o respeito pelo sábado, a observância de certas festas judaicas, a abstinência de alguns alimentos; difundiam o culto dos anjos e de certos “poderes” cósmicos que governavam os astros; pregavam a necessidade da submissão a rituais de iniciação em voga no mundo helénico e a práticas rígidas de ascetismo.
Paulo reconheceu, na informação que Epafras lhe trouxe, que havia motivos de preocupação. O Evangelho estava a ser desvirtuado em Colossos, pois as doutrinas que esses pregadores difundiam acabavam por deixar na sombra Cristo e a proposta de salvação que Ele veio trazer. Paulo decidiu então escrever aos Colossenses, acentuando o papel e o lugar de Cristo no projeto salvador de Deus. A Carta poderia ser dos anos 61-63, altura em que Paulo esteve preso em Roma.
O texto que a liturgia deste domingo nos propõe como segunda leitura integra a parte moral da carta. Aí Paulo tira conclusões práticas daquilo que afirmou na primeira parte (que Cristo basta para a salvação) e convoca os Colossenses a viverem, no dia a dia, de acordo com essa vida nova que os identificou com Cristo.