A cidade de Colossos estava situada no interior da região da Frígia (Ásia Menor, atual Turquia), no vale do rio Lico, a cerca de quinze quilômetros de Laodiceia. Tinha sido, nos sécs. V-IV a.C., uma cidade próspera e populosa; mas, na época de Paulo, tinha perdido uma grande parte do seu esplendor.
Não foi o apóstolo Paulo que evangelizou a cidade. Pelos dados que constam da Carta aos Colossenses, foi um tal Epafras, convertido ao cristianismo por Paulo, que levou o Evangelho a Colossos. A maior parte dos membros da comunidade cristã de Colossos provinham do paganismo; mas havia também na comunidade um bom número de cristãos de origem judaica.
Quando escreve a carta, Paulo parece estar na prisão. Poderia ser, talvez, a prisão que Paulo sofreu em Roma, entre os anos 61 e 63. Epafras está com Paulo, talvez de visita.
As notícias que Epafras transmitiu a Paulo sobre a comunidade cristã de Colossos não eram boas. A Colossos tinham chegado pregadores cristãos, talvez de tendência judaizante, que procuravam induzir os Colossenses à observância de certas práticas judaicas, nomeadamente a circuncisã, a abstinência de determinados alimentos, o cumprimento do sábado e de outras festas judaicas. Havia também, na doutrina pregada por esses “mestres” judeo-cristãos, referências ao culto dos anjos, considerados guardiões da Lei, e a outros “poderes” cósmicos que governavam os astros; e os Colossenses eram exortados a enquadrar na sua visão de fé todos esses “poderes”. Paulo achava que as doutrinas ensinadas por esses “mestres” eram gravemente desviantes, pois punham em causa o papel e o lugar único de Cristo. A essas doutrinas, Paulo contrapõe a primazia de Cristo, Senhor da história, único mediador entre Deus e os homens, cabeça da Igreja, “lugar” onde habita a plenitude da divindade.
O texto que nos é proposto como segunda leitura deste domingo inicia a parte polêmica da carta. Paulo fala aos cristãos de Colossos sobre o papel que lhe foi destinado enquanto testemunha do mistério de Cristo.